Tenho certo receio de não ser capaz de cumprir meu destino. Destino este que tracei quando pequeno, mas acho que não tão pequeno assim. Que cultivei desde sempre que me lembro, destinos multifacetados os quais representavam cada querer meu. Quereres que caminhavam ora a galope, ora a rebote; enquanto me balizava por estes novelos, fiava meu desterro.
Vejo-me por estes dias e sempre me desagrado. Ao meu, mim... talvez menos. Mas há a confusão de todos os que flutuam amorfos, meio carcomidos meio completos: pequenos, sonhos-eus-desejos, que insistem em emoldurar em cores e preto e branco o espaço vital, que teimo em chamar de meu, e das quais prenuncio os significados que gostaria de tê-los sido.
Porque me urge, sempre, a vontade de dizer: meu. Possuir, aspirar, fumar, devorar e queimar são metonímias nesta alquimia própria, túrgido eu em panelas, em galinhas e couves. Talvez o cinza que me sustenta, esta argamassa que me imobiliza, seja na verdade a matéria da qual não desvaneço nem transcendo, tão pouco entendo.
Porque tive sem ter, sem intermediações pecuniárias, e ingenuamente acreditara nisto. Por um bom período de tempo: da porta da casa à rua.
Meio desiludido.