terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Lydda e Ramla

Para comprender o conflito atual, que se perde infelizmente entre tantos outros da existência Arab-Israeli, faz-se necessário uma exaustiva análise histórica (o que não farei aqui). Qualquer opinião pouco fundamentada norteada pelo (desculpem-me o trocadilho) bombardeio de notícias d'última hora que temos se torna leviana. Digo porque creio haver muito mais do que o exposto na mídia: a desproporção blatante da força bélica israelense, a contagem de mortos aos pulos de dezenas a cada ogiva de artilharia, ou as palavras que são proferidas nas arenas da linguagem, dos discursos, dos debates: vítimas; direito; dever; contra-ataque; aviso; etc e mais etc. De tudo o que está exposto, o que não é visto se torna essencial.

Em 1948 a história oficial que nos enfiam perpetuada pelo governo israeli e particularmente pelos estúpidos de plantão, conta que os palestinos "fugiram voluntariamente" de suas casas, fazendas e plantações, de seus animais suas parcas indústrias para os países vizinhos, árabes, e que foram acolhidos. É desta época a criação do estado de Israel.

Para tornarem crível esta lorota, é dito que os governos dos países vizinhos árabes realizaram transmissões de rádio dando boas vindas aos palestinos, defendendo a criação da área definida pela ONU para Israel. Coisa que, de fato, nunca ocorreu.

Existiam duas cidades na Palestina: Lydda e Ramla. Cidades estas com cerca de 100 mil habitantes. A ocupação de Israel foi, no mínimo, brutal: Yitzhak Rabin, o então comandante da operação, desaloja a pouca resistência da causa palestina e fez com que milhares (as contagens giram em torno de 70 mil) de pessoas caminhassem, durante o verão do deserto até cidades mais próximas, distantes quarenta quilômetros. Milhares, milhares de pessoas morreram no deserto, de sede e fome.

Vê-se que a desproporção é tônica e fundamental na política israelense; o terrorismo alestino como forma de 'sobrevivência' não eleva ou gera qualquer resultado político neste contexto; desrazão que é impressa nas páginas esquecidas, e das que ainda serão escritas, da história.

Alguns fatos, retirados daqui, aqui, e fortemente baseados na análise de Illan Pappé.

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