domingo, 11 de outubro de 2009

Obama e Ibama

Meus queridos leitores, parcos eu sei, mas ainda assim companheiros, e isso é o que mais me importa.

Como veem, novamente este meu espaço está bem esquecido, mas por um bom motivo.

Estou participando de um curso de formação dos novos analistas ambientais do Ibama lá em Brasilia, terra estranha. Ficarei um mês por lá, com algumas vindas para cá; por isto, as atualizações aqui serão bem raleadas.

Por enquanto, algumas impressões do que ouvi e pensei (pois não temos TV e nem internet - santa benção): o que o novo messias, Obama, de material fez pra ganhar o Nobel da Paz? Acredito que nada. A sua importância, principalmente da comparação com a besta antecessora, é inegável. Porém, tenho cá pra mim que talvez essa 'obamania' esteja indo longe demais. Ou estaremos reerguendo os nossos muros de ilusão depois de um coice violento da crise?

Pulando do Obama para o Ibama, no curso que fazemos, estamos sendo pressionados, (ora 'sutilmente', ora descaradamente) para aceitarmos a onipresença de Dilminha e seu PAC como o verdadeiro caminho para o país: o bom caminho, o caminho do crescimento, o caminho da energia.

Por um ponto, não tenho dúvidas: há necessidade imensa de desenvolvimento pautado principalmente pela distribuição de renda para nosso povo e nossa nação. O homem está inserido sim no meio ambiente, e qualquer tentativa de isolá-lo da natureza ideal é, a meu ver, um ponto de vista precário que não percebe a interrelação homem-bicho-natureza e seus desdobramentos, é ingênuo e não se coaduna com a realidade que infelizmente vivemos.

Só para constasr: estes foram dois palestrantes em um curso de formação para os analistas: Um, geoquímico contratado pela gigante Shell, atuando como parte nos procedimentos de extração de petróleo; a outra, simplesmente a representante da Confederação Nacional da Indústria. A visão dos empreendedores sendo diuturnamente martelada em nossas cabeças.

No discurso, em comum, absurdidades: sobrevalência total de decisões políticas sobre técnicas; a iniciativa privada como redentora do país; apelos pela desnecessidade de licenciamento ambiental, chegando ao ponto de questionarem as resoluções do CONAMA e, pasmem, lutas contra a intervenção do Ministério Público, talvez um dos únicos órgãos realmente independentes do Brasil, nos procedimentos de licenciamento, quando flagrantemente indevidos.

Por enquanto, grande parte de nós não engoliu de maneira alguma tais baboseiras. Mas a realidade é que o que virá a reboque do pré-sal, são algumas das mais nefastas maneiras de se conduzir a política.

Por último, façam suas apostas: Copa do Mundo 2014 e Olímpiadas Rio 2016.
Somos a bola da vez na especulação capitalista mundial ou não?

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