terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Exit Music

Preocupado
em escrever algo
para fechar o ano...

Não percebi
que ele havia
chegado ao fim.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Tudo vai dar certo, meu amigo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Recesso







Final de semestre ...
semana de provas...

Volto logo em seguida!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 13

13

O caráter fundamentalmente tautológico do espetáculo decorre do simples fato de os seus meios serem ao mesmo tempo a sua finalidade. Ele é o sol que não tem poente, no império da passividade moderna. Recobre toda a superfície do mundo e banha-se indefinidamente na sua própria glória.

domingo, 30 de novembro de 2008

Aforismos - I

I

Às vezes, sinto falta de uma conversa existencial. Das que compartilhamos as experiências, sem nenhum assunto específico. Lentamente expondo nossos receios e vivências, sem necessidade de impor o quanto achamos que somos bons; ou reconhecer o quanto não gostaríamos que os outros fôssem.

"They are not going to win" (será?)

"Dear Community, as long I am providing my eDonkeyServer I was not minded to do any request on emule forum.


But actually the whole eDonkey network has very tough times, not only the legacy issues which force a lot of eDonkey server administrator to stop their server.

Also we have "internal" problems now.

The biggest problem is the financial aid, actually it is only possible to earn money about control the welcome message on visiting the eDonkey server. But only a few clients read this message and we have a very very small amount of clicks on our website.

So it is financially very tight calculated, we have server to pay, traffic and especially a hugh amount of lawyers' fees to say nothing about the mentally stress to provide such a server, it is not easy to be part of the enemys of RIAA, BREIN and all the other guys which would preferably send me in prison for some years. "

Quem escreve estas palavras é o criador do Emule, no forum oficial do programa (a sua primeira postagem em quase 8 anos de existência).

Não sei se conseguimos compreender a importância do Emule para a difusão do conhecimento mundial, principalmente o audiovisual. Há algumas semanas os 'servidores confiáveis', aqueles que retornam todas as buscas que você faz independente de copyright
, diminuíram drasticamente. Certa variação que existe há cerca de uns dois anos, mas não com tamanha intensidade. Nesta semana, pudemos contar com 6 servidores confiáveis do emule, com menos que 1 bilhão de arquivos (número que nos tempos áureos já passou de 370 servidores, com mais de 49 bilhões de arquivos).

A batalha contra a RIAA, as gravadoras, a 'Justiça' e o conservadorismo na propriedade da Música é um pouco antiga (relembrem a queda moral do Metallica quando moveu uma ação contra o Napster há alguns anos). Embora na Grande Mídia o emule foi assunto durante algum tempo, com todos os seus percalços, nunca achei que ele tivesse qualquer possibilidade de se extinguir de forma concreta.

Principalmente porque sou sonhador, e o Emule e seus usuários-componentes, todos nós, éramos como os depositários de grande parte da cultura audiovisual digital da humanidade. Sem brincadeira. Qualquer coisa digital que você quisesse encontrar com qualidade na Terra estava depositada naquele programinha, em seus usuários através de seus servidores. Não digo muito quanto às atualidades, blockbusters, últimos lançamentos da indústria fonográfica norte-americana ou jogos de última geração: estes se esvaiam com o tempo (embora o Emule também se prestasse muito bem a isso). Se você não conseguisse encontrar no Emule o que você procurava meu amigo, poderia esquecer.

A importância do Emule é mágica: ele é feito por pessoas comuns como nós que, acreditando no valor de nossas bibliotecas musicais e em nossos filmes, ano após ano disponibilizam todo seu acervo (no meu caso uma parte menor pois nunca tive muito espaço no computador) para todos que algum dia gostariam de ouvir/ver qualquer coisa. Muito se fala sobre a lentidão do Emule, mas o Emule é baseado em um sistema muito simples: democracia+recompensa.

Eu, que já estou nestas realidades há algum tempo, pego meus álbuns e filmes com absurda velocidade. Pois eu disponibilizei tudo que eu baixei a minha vida inteira por um bom tempo, e continuo disponibilizando tudo que baixo, 24hs por dia e 7 dias por semana, para qualquer alma humana que, em qualquer lugar deste pequeno planetinha, queira ser parte dessa unidade. Eu devolvo o que eu consigo

A pergunta agora é: por que o Emule está capengando?

De modo algum pelos meios legais; muito embora o planeta hoje seja um bastião da segurança e da vigilância, bravos países ditos desenvolvidos e com certeza democráticos mantém em sua legislação oposição ferrenha a qualquer tipo de intrusão à liberdade individual e ao lobby das gravadoras. De modo que os servidores hospedados nesses países, tendo a Holanda como um dos principais (calma lá, será essa a Terra Prometida?), conseguem sobreviver à batalha judicial das gravadoras e da RIAA.

A resposta é muito simples:

O Emule está capengando pelo terrorismo impetrado pela RIAA e pelas gravadoras.

A palavra terrorismo pode soar muito forte, mas vejam o que um dos responsáveis por um dos principais servidores escreve:

"Some companies are now able to target DDOS attacks of about 5 millions packets per second
on the destination they want, letting it last one month if they want."

Em informática, DDOS atack é um tipo de ataque (no sentido bélico da palavra) no qual muitos computadores (mas muitos mesmo) mandam pequenos pedaços de mensagem a um único computador (neste caso um servidor), requisitando qualquer informação. Quando este computador tenta responder às solicitações constantes nas mensagens que recebe, se não tiver capacidade (o que ocorre na maioria dos servidores "piratas) ele pifa. Em outras palavras, imaginem uma pessoa que num discurso capital tenta responder todas as perguntas de uma grande platéia que lhe são atiradas ao mesmo tempo (mesmo que tais perguntas não almejem qualquer sentido).

Este é o modus operandi que as gravadoras e a RIAA seguem. Ultrapassando os meios legais , pagando muito pelos melhores advogados em direito internacional da atualidade, elas fazem jogo-baixo (que não é de nenhum modo revelado) ao esmagar indivíduos e pequenas comunidades virtuais que se esforçam na luta contra todo o sistema.

Dito isso, por toda a minha história eu sou e serei fiel ao Emule. Por ter feito e fazer parte de forma tão visceral a essa comunidade, sinto uma puta punhalada no meu peito quando vejo uma das coisas que eu mais amo e acredito na minha vida ser dilacerada de forma tão baixa pelas gravadoras e pelo capital.

Mas a vida é assim mesmo, não é?

sábado, 29 de novembro de 2008

Berlin: die Sinfonie der Großstadt, 1927

Eu resolvi seguir o acaso e peguei o dvd que estava no topo da pilha, seguindo a lista enumerada anteriormente (que não segue, creio, ordem nenhuma de importância/data/país etc). Berlim, A Sinfonia da Metrópole, de Walther Ruttman.

Algumas semanas atrás, o Belém havia me emprestado o livro Introdução ao Documentário Brasileiro, de Amir Labaki, que traça um panorama histórico com as obras mais importantes do documentário nacional. Ele citava a obra São Paulo - Sinfonia da Metrópole de 1929, cujos autores, Adalberto Kemeny e Rudolf Rex Lustig, no Brasil mas de naturalidade húngara, evidentemente seguiram a idéia original deste filme. Assim, eu já possuía alguma idéia, pelo livro, sobre o que esperar deste Berlim. E ainda bem, me surpreendi muit: imaginara algo muito aquém da grandiosidade deste filme

Porque a saber pela data estampada na capa, 1927 (81 anos atrás), pensei que encontraria um filme de linguagem simples (não se esqueçam sobre meu saber ridículo sobre o tema), predominantemente histórico, sem fundo crítico ou social (ao contrário da escola soviética de Vertov e Eisenstein). Ledo engano.

Participamos, vendo o filme, de um dia em Berlim, do amanhecer ao mais tardar da noite. O filme é dividido em atos, que separam este dia fictício (montagem: esta é a palavra original desta obra). Já nos primeiros momentos, uma pequena amostra da beleza que estaria por vir: na panorâmica montada no trem, que vinha do interior calmo, sereno, vazio, somos levados de choque destas paragens bucólicas ao progresso: trilhos, fios elétricos, pontes, numa rápida sucessão de imagens, lembrando-nos que a cidade é feita de aço e eletricidade.

Contrário ao filme original que é mudo, esta versão que assisti possui trilha sonora, muito bem composta e unida à estética da película, por Timothy Brock em 1994 (a trilha sonora original se perdeu). Sinfônica, cuja sonoridade e composição antigas, a la Wagner, facilmente me enganaram, acreditando que era a trilha original do filme. De certo modo, creio que ela facilitou de maneira imprescindível minha aceitação ao filme, e contribuiu de sobremaneira para o viés de minha análise.

Porque da união da trilha sonora com o filme sentimos uma palavra: grandiosidade. A cidade de Berlim se torna grandiosa, um organismo vivo que necessita de alimententação para suas indústrias, fornalhas, seu maquinário pesado, cujos operários que a alimentam (no sentido entomológico) são as pessoas (ausentes nos primeiros minutos, saem às ruas como formigas correição).

Há alguns elementos de cunho sociopolítico, contraposições das classes sociais, pobres e ricos, nos vários momentos do dia: o almoço do peão de obra e do burguês no restaurante chique, as mulhers com seus empregos nos jornais (que nos fazem lembrar o quão importante é a comunicação de massa para a nossa sociedade, de antes e, principalmente, de hoje), a diversão dos opostos (os cavalos e teatros para os ricos, os esportes e as piscinas para os pobres); muito embora estas passagens, a crítica não é lacinante, expõe mas é rapidamente atenuada pela idéia de que o que importa é a metrópole, Berlim, a metrópole que necessita destas pessoas para existir.

As linhas de circulação de pessoas (bondes, metrôs, carros, carroças) conectam o filme. Há um momento factual que demonstra grandiosidade da obra e de sua linguagem: entre os bondes e trens que circulam apinhados de pessoas quase se esbarrando nas curvas, a dinâmica do filme , velocidade e movimento, ruas, pessoas, em um momento, um policial fecha o cruzamento e também cessa o movimento do espectador: neste exato instante, com o tempo parado, um mendigo aparece, catando bitucas de cigarro espalhadas pelo chão. Muito embora toda a grandiosidade e união da cidade, há pessoas do lado de fora da festa.

Esta é uma das boas críticas que o filme faz, entre outras, como a cena do almoço do rico e do peão já citado, mas que, infelizmente, é rapidamente engolida pela velocidade das tipografias dos jornais, do trabalho nas fábricas e no movimento das ruas. A noite, os divertimentos, os espetáculos teatrais, a boa vida. Por fim, fogos de artifício. A imagem de Berlim, metrópole e supra-organismo-nação, é uma imagem de felicidade, belle époque na golden age, progresso, união e alguma harmonia (todos, muito embora seus papéis, são todos parte de uma grande epopéia, de algo único e brilhante).

Em 1927 a República de Weimar na Alemanha colhia os frutos em sua era de ouro, período de renascimento cultural e economico, que iria findar-se em 1929-30. Por isso a importância deste filme, tanto como cinema quanto peça histórica. A beleza impressionante deste filme, com sua cidade da esperança, o tom feliz, a falsa união forjada, contrastam-se com os anos de terror e medo que viriam após com a subida do Partido Nazista no poder. Em uma cena, soldados alemães marcham por uma rua, única cena militar entre um filme todo civil: o que parece ser aquele prenúncio pequeno, embora fundamental, da história que não tardaria a vir.

Como realização cinematográfica, social, histórica, política, estética, artística, este é um dos documentos mais importantes já produzidos pelo homem. A trilha sonora é muito boa, contrapondo o ritmo mecanico e automático das máquinas com passagens calmas e melódicas quando as pessoas são foco. Todas as suas contradições e ambiguidade só demostram o seu real valor em todas estas áreas, e acima de tudo, como fator estimulante para uma reflexão crítica e subjetiva sobre cinema, arte, história, realidade. Sem dúvida, um dos melhores filmes que já vi.

Cinema: o bom caminho

Meu grande amigo Belem, um sujeito mais que extraordinário mereceria, pelo menos, alguns vários posts nesse humilde espaço, se eu pudesse expressar com palavras a sua grandeza. Certo dia, quando nós três estávamos tomando uma cerveja ao entardecer no S4, ele me veio com essa:

- Cristiane e Luiz, então vocês topam fazer um documentário sobre drogas, TO e a prisão?
- Pow Belem, caraca! Claro!
- Mas vocês serão os diretores.
- Quê ?

E ele continua com essa idéia até hoje. Eu recusei, falei que era brincadeira, e achei que fosse. Mas a Cris, energia pura, botando pilha; o Belem continua também com essa loucura, e agora eu estou metido nessa enrascada.

Explico: o Belem é um dos grandes nomes do cinema nacional com dois filmes ganhadores no FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental), As Cidadelas Invisíveis e Concerto da Cidade, e de longe um dos caras mais fodas que já conheci. Oras, como eu, um vulgo qualquer, com apenas uma leve paixão pelo cinema e uma grande vontade de fazer cinema, posso iniciar já como diretor? É uma piada, não é Belém?

De quebra, ele nos fez um maravilhoso pacote com 8 documentários essenciais da história do cinema em DVD, são eles:

- Berlim, a Sinfonia da Metrópole, de Walther Ruttman (Berlin: Die Symphonie der Großstadt, 1927, Germany, 50 mins, B&W, silent)

- Crônica de um Verão, de Jean Rouch (Chronique D'Un Été, 1960, France, 90 mins, B&W, mono)

- Um homem com uma câmera, de Dziga Vertov (Chelovek s kinoapparatom, 1929, Soviet Union, 68 mins, B&W, silent)

- Edifício Master, de Eduardo Coutinho (2002, Brasil, 110 min, cores)

- O País de São Saruê, de Vladimir Carvalho (1971, Brasil, 80 min, B&W)

- Primárias, de Robert Drew (Primary, 1960, EUA, 60 min, B&W)

- Notícias de uma Guerra Particular, de Kátia Lund e João Moreira Salles (1999, Brasil, 57 min, cores)

- O Triunfo da Vontade, de Leni Riefenstahl (Triumph des Willens, 1935, Germany, 114 min, B&W)

Depois me perguntam ainda porque o cara é foda...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Cumequié?


No cu, pardal. Aqui não.

Ciência: A que ponto chegamos?

Eu sou um cientista.

Minha formação acadêmica e filosófica é científica. Sou cético ao extremo, como uma das minhas principais características, que chega a ser muito irritante.

Sempre me imaginei sendo cientista, entre tubos de ensaios e bequers, enfurnado em um laboratório na semi penumbra, tentando descobrir os vários segredos que a existência propõe a nós todos. Fascinado, claro, pelo seu poder altamente categórico. Tive uma contribuição e sorte de gostar de estudar, a achava que esse era o melhor motivo para empregar minha energia.

Acontece que com tanta sede pelo conhecimento, conheci também a Ciência, com C maiúsculo, na minha faculdade. E descobri que, embora façam o máximo para esconder essa faceta, a ciência é feita por seres humanos, é uma invenção humana, é um produto humano. E como produto humano, suscetível às piores falhas que o caráter humano possa imaginar, ele além de tudo é regido pelos interesses humanos.

Quanto às falhas humanas objetivas, o método científico tem uma admirável capacidade, e deve a isso sua grande vantagem e fundamento, de poder perscrutar e eliminar sérios erros e obstáculos que poriam por terra suas teses, se reerguendo, reformando, adaptadando-se (usando um termo de minha área) ao passar do tempo se necessário; se não há possibilidade, descontói-se o terreno outrora sólido para que possa ser erigido um novo fundamento para o saber do futuro. Sempre levando em conta os novos fatos científicos que surgem em seu âmago.

Essa é a história bonita.

É muito comum lermos sobre as mazelas que a Ciência pode causar, principalmente as tecnologias da destruição, da guerra, do ódio. A bomba atômica, por exemplo, só para citar o mínimo. E muito lemos também sobre as benesses que podem ocorrer da utilização pacífica dos meios científicos, para o engrandecimento humano e as maravilhas de todos.

Novamente, retorno à idéia principal: a Ciência é uma invenção humana. Quem a dirige são seres humanos, falhos, influenciáveis, com interesses dúbios ou não tão incontroversos. E é justamente nessa subjetividade que reside o grande problema da Ciência. Aliado ao fato de que a Ciência é produzida em um sistema capitalista espetacular, um bom exercício mental seria imaginar o pior dos dois mundos juntos.

Até que ponto poderíamos continuar defendendo uma Ciência de forma unitária, incontroversa, esta imagem que possuímos dela, portadora da verdade universal?

A Sociedade do Espetáculo - 12

12

O espetáculo apresenta-se como uma enorme positividade indiscutível e inacessível. Ele nada mais diz senão que "o que aparece é bom, o que é bom aparece". A atitude que ele exige por princípio é esta aceitação passiva que, na verdade, ele já obteve pela sua maneira de aparecer sem réplica, pelo seu monopólio da aparência.


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 11

11

Para descrever o espetáculo, a sua formação, as suas funções e as forças que tendem para sua dissolução, é preciso distinguir seus elementos artificialmente inseparáveis. Ao analisar o espetáculo, fala-se em certa medida a própria linguagem do espetacular, no sentido de que se pisa no terreno metodológico desta sociedade que se exprime no espetáculo. Mas o espetáculo não significa outra coisa senão o sentido da prática total da formação econômico-social, o seu emprego do tempo. É o momento histórico que nos contém

terça-feira, 25 de novembro de 2008

E agora, no picadeiro...


E adivinha quem vai sair perdendo, cara-pálida?

Os donos de espetáculos e casas de shows?

Estas cenas tornar-se-ão cada vez mais raras...

A Sociedade do Espetáculo - 10


10

O conceito de espetáculo unifica e explica uma grande diversidade de fenômenos aparentes. As suas diversidades e contrastes são as aparências desta aparência organizada socialmente, que deve, ela própria, ser reconhecida na sua verdade geral. Considerado segundo os seus próprios termos, o espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida humana, isto é, social, como simples aparência. Mas a crítica que atinge a verdade do espetáculo descobre-o como a negação visível da vida; como uma negação da vida que se tornou visível.


domingo, 23 de novembro de 2008

14º Goiania Noise


Essa Thalma Freitas é uma deusa... que voz, que ginga, que malícia... Uma succubus genuinamente brasileira. Tirando algumas intromissões da cultura paulistana do rap, que eu acho que destoavam bastante do som original do Tim, com certeza um dos melhores shows que eu já fui. Uma banda muito foda. Perfeito.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 9

9

No mundo realmente reinvertido, o verdadeiro é um momento do falso.

Meu presente!



I

“Claro que estamos em guerra, e é guerra de sítio, cada um de nós cerca o outro e é cercado por ele, queremos deitar abaixo os muros do outro e continuar com os nossos, o amor será não haver mais barreiras, o amor é o fim do cerco”
José Saramago

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Adivinha de quem ele está rindo?


Difícil imaginar?

A Sociedade do Espetáculo - 8

7

Não se pode contrapor abstratamente o espetáculo à atividade social efetiva; este desdobramento está ele próprio desdobrado. O espetáculo que inverte o real é efetivamente produzido, de forma que a realidade vivida acaba materialmente invadida pela contemplação do espetáculo, refazendo em si mesma a ordem espetacular pela adesão positiva. A realidade objetiva está presente nos dois lados. O alvo é passar para o lado oposto: a realidade surge no espetáculo, e o espetáculo no real. Esta alienação recíproca é a essência e o sustento da sociedade existente.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Conversa de Nóias Partidas

luiz.alfredo [ http://thenatureandnurture.blogspot.com ] diz:
hehehe eh ;D

luiz.alfredo [ http://thenatureandnurture.blogspot.com ] diz:
vc nem da moral pro peixe
nem deu pra iguana

luiz.alfredo [ http://thenatureandnurture.blogspot.com ] diz:
eu aqui, todo biólogo
dando presentes vivos pra ela
ela matando todos

luiz.alfredo [ http://thenatureandnurture.blogspot.com ] diz:
tsc tsc tsc

Kacielli diz:
nem pra vc eu dou moral...hehehhe

Kacielli diz:
:P

=D

Sojourn of Arjuna

So Arjuna and Krishna, you know, they're hanging out on the battlefield.

Arjuna is like tired of war, he's trying to get out of this battle.
so Krishna drops a little science on him, he says:

you know it's the way of spiritual growth
a man must go forth from where he stands
he cannot jump to the absolute, he must evolve toward it (can you hear that)

Krishna says, at any given moment in time, we are what we are:

Arjuna, we have to accept the consequences of being ourselves
,
and only through this acceptance can we begin to evolve further.
We may select the battleground but we cannot avoid the battle.

So Krishna tells Arjuna "
it follows". Therefore that every action under certain circumstances and for certain people may actually be a stepping stone to spiritual growth.

---

Sojourn of Arjuna - Béla Fleck and the Flecktones



A Sociedade do Espetáculo - 7


7

A própria separação faz parte da unidade do mundo, da práxis social global que se cindiu em realidade e imagem. A prática social, perante a qual se põe o espetáculo autônomo, é também a totalidade real que contém o próprio espetáculo. Mas a cisão nesta totalidade mutila-a ao ponto de fazer aparecer o espetáculo apenas como sua finalidade. A linguagem espetacular é constituída por signos da produção reinante, que são ao mesmo tempo a finalidade última desta produção.

And I pushed her to the limit, to see if she would break


Poles Apart (Gilmour, Samson, Laird-Clowes)

Did you know . . . it was all going to go so wrong for you
And did you see it was all going to be so right for me
Why did we tell you then
You were always the golden boy then
And that you'd never lose that light in your eyes

Hey you . . . did you ever realise what you'd become
And did you see that it wasn't only me you were running from
Did you know all the time but it never bothered you anyway
Leading the blind while I stared out the steel in your eyes

The rain fell slow, down on all the roofs of uncertainty
I thought of you and the years and all the sadness fell away from me
And did you know . . .

I never thought that you'd lose that light in your eyes

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 6

6

O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é ao mesmo tempo o resultado e o projeto do modo de produção existente. Ele não é um suplemento ao mundo real, a sua decoração readicionada. É o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares, informação ou propaganda, publicidade ou consumo direto de divertimentos, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e o seu corolário o consumo. Forma e conteúdo do espetáculo são, identicamente, a justificação total das condições e dos fins do sistema existente. O espetáculo é também a presença permanente desta justificação, enquanto ocupação da parte principal do tempo vivido fora da produção moderna.

domingo, 16 de novembro de 2008

Domingo, dia 16 de Novembro de 2008

Que dia...

Vários ciclos aparentemente findam, o futuro é uma grande gosma de incerteza...

A imagem de cima é de uma campanha contra o projeto de lei substitutivo à chamada Lei da Internet. Qualquer meia ameba sabe que, em se tratando de nossos congressistas, todos aquelas filhas da puta fazem lobby para bancos, redes de tv globais entre outros. Esse projeto não foge a regra: querem colocar no nosso rabo mais uma lei opressora em moldes fascistas, que elimina e cerceia cada vez mais as liberdades individuais e a democracia (quando ainda sonharam que o futuro seria carregado por uma tal palavra chamada progresso) em vantagem dos bancos, multinacionais, e do capital internacional (ou quem será que vai ser mais beneficiado se você nao puder baixar mais seu cdzin, sua musikinha?) . De todo o modo, se não nos mobilizarmos mais uma lei ao estilo da famigerada Lei Seca irá surgir, e adivinha em quem vai doer mais ?

Remember, remember, the sixteenth of November:
" o Governo não usa vaselina; aliás, ele joga areia antes.... "


Caso a lei seja aprovada, você, que está lendo isto, será automaticamente considerado a priori como criminoso pelo poder público.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 5


4

O espetáculo não pode ser compreendido como o abuso de um mundo da visão, o produto das técnicas de difusão massiva de imagens. Ele é bem mais uma Weltanschauung tornada efetiva, materialmente traduzida. É uma visão do mundo que se objetivou.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 4

4

O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens.

Futebol

Hoje eu lembrei o que é o futebol.

FORÇA VASCO!

Atualização 22:14 - Está se desenhando um massacre...

Atualização 22:55 - Tá bom cara pálida, "embalados pela rebeldia do rock, os vascainos avançam nos atleticanos " (como se hoje não houvessem brigas; embaladas, claro, pelo rock tocado nas partidas de futebol atualmente)

Atualização 23:30 - Puta que pariu ... Eu vaticinei essa porcaria ...

Tycho Music


"You know you’ve experienced a great piece of art when you don’t even think to analyze it, the only thing happening is your senses observe whatever medium through which it was sent and your brain automatically registers it as beautiful."

Tycho é uma banda de um cara só. Uma boa mistura de melodias e linhas de baixo que são tiradas do arquétipo da música rock e pop-rock antiga, embalados por uma cozinha de eletronica (quase tudo é sampleado em eletrónico, apenas o baixo segue a linha tradicional do rock), com uma linha teórica ou tema mestra que é apoiada em pilares de pontes romanas longas com arcos (vãos) longos.

Tycho é lento, uma mistura de eletronico com rockinho bobo de ontem-hoje, à primeira vista pode até parecer.

Mas das vezes que eu ouvi Tycho foram sempre experiencias agradilíssimas. Sua caracterização seria um downbeat, ambient music, mas com muita psichedelia digna do rock. Tycho é, então, música eletrônica atual.

Mas uma música eletrônica pensada por um cara só que faz toda a banda. Desde tocar o baixo, até procurar os samplers vocais, as melodias no tecladinho bobo e sintetizador, e os solinhos de guitarra. É um projeto muito mais que alternativo. Simplesmente ele nunca vendeu um album por um selo real eu creio, apenas trabalha no mundo virtual, divulgando nas redes sociais, como myspace, etc criando música de estilo muito novo, marcando shows e tudo o mais.

Diria então, que Tycho é a primeira produção (estilo de criar, disponibilzar, vender, realizar, e ainda mais, estilo musical derivado, novissimo, blended) do novo milênio que eu ouvi e gostei pra caralho. Tycho faz parte da minha história.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 3

3

O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. Enquanto parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência. Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza não é outra coisa senão a linguagem oficial da separação generalizada.

Sobre cupins e alados


De todos os verdadeiros amigos que tenho na vida, daqueles que só o percebemos quando são parte imprescindível da nossa existência, estando atados por nós dados pouco a pouco na colcha do tempo, o meu amigo-melhor Gabriel é um dos que se destaca; não somente pelo seu grandessíssimo naralho (que rivaliza com o narigão de outro amigo meu, o grande Foca), tampouco somente pela sua sabedoria, retidão e confiança, mas creio principalmente pelo seu modo de honrar nossa amizade, ou seja: ele é “pau pra toda obra”, “amigo pra caralho”, aliado à sua soberba companhia agradável de sempre.

Além disso, sempre fiquei maravilhado com certas coincidências. Principalmente quando você não espera por nada, talvez porque não estivesse pensando no lance, e ela vem com uma força arrebatadora, te espreme por baixo do teu nariz clamando:

"Olhe, olhe só! Venço o caos da vida e instauro um momento de aparente magia e causalidade! E nem me venha com essa história chinfrim de que você não pensou nem por um segundo em Oxalá, Kami-sama, ou um puto inominado Deus, seu idiota, que eu sei que na sua pequenez você se pegou pensando ‘porra!’”.

Só que hoje não foi desse jeito, o que em nada diminui o meu contentamento, pelo contrário, se mescla alegremente com o coaxar dos sapos que entopem os canos aqui do prédio velho no Cepaigo; eles sim, mais felizes ainda com essa chuva que eu, que acho que ela poderia se estender por uns bons 10 dias sem que me passasse um segundo de preocupação com o “transtorno” que a chuva traz.

Almoçando, olhando as nuvens que antes estavam bem carregadas, um fio de vento a soprar, eu lembrei da Pamonharia Bueno. Ah, minha segunda toca, meu boteco sem ser botequin, tipicamente goiano, onde o queijo minas era tão fresco que vinha bem molinho derretendo no prato. Íamos eu e o Gabriel pra lá costumeiramente, mas tentamos arrastar ainda alguns de nossos amigos, mas calhava-nos pela proximidade dos lares {o meu era bem em frente, eu podia voltar bêbado que fosse [só precisava não ser esmagado como um sapo na T4 (crooarrr.... croaarrr!)]}.

A Bohemia® ainda não era uma cerveja produzida em ultralarga escala, portanto ainda conservava alguma excepcionalidade, e constantemente seu sabor que me lembrava “flores” (e que felicidade ao saber que não era o único no mundo a achar, a Paula também me disse o mesmo! Não era maluquice minha!), o queijo era bom, a mesa era a de sempre, o garçom cara de jeca-tatu também, e tudo era barato. E em bons tempos de trabalhos e provas finais, tantas “preocupações” e receios, nossos embates filosóficos se tornavam cada vez mais acirrados.

Era com esta nostalgia presente; abrindo meu correio electrónico, vi que meu velho amigo havia deixado um comentário numa de minhas postagens. Um pequeno poema de Nietzsche, chamado “Entre amigos (um epílogo)”, que pedindo já licença tomo a liberdade de reproduzi-lo aqui.

Entre amigos (Um epílogo) – F. Nietzsche

1.
É belo guardar silêncio juntos
Ainda mais belo sorrir juntos -
Sob a tenda do céu de seda
Encostado ao musgo da faia
Dar boas risadas com os amigos
Os dentes brancos mostrando

Se fiz bem, vamos manter silêncio;
Se fiz mal - vamos rir então
E fazer sempre pior,
Fazendo pior, rindo mais alto
Até descermos à cova

Amigos! Assim deve ser? -
Amém! E até mais ver!

2.
Sem desculpas! Sem perdão!
Vocês contentes, de coração livre,
Queiram dar, a este livro irrazoável,
Ouvido, coração e abrigo!
Creiam, amigos, a minha desrazão
Não foi para mim uma maldição!

O que EU acho, o que EU busco -,

Já se encontrou em algum livro?
Queiram honrar em mim os tolos!
E aprender, com este livro insano,
Como a razão chegou - "à razão"!

Então, amigos, assim deve ser?
Amém! e até mais ver!

Como um texto tão belo e alusivo, será que poderia dizer mais do que suas palavras escritas? Me pego então pensando... A intenção do meu amigo; qual frase ele repousa o olhar e se lembra de mim... Qual a real intenção de meu amigo ao enviar este poema como comentário, um poema que por si só é ambíguo, mas claríssimo; analisando todo o contexto, será que poderia haver outra leitura?

Digo isto pois senti um sonoro arrepio ao ler a frase, “até descermos à cova” pois me recordara imediatamente de “Lie in our graves”. Se existisse um culpado por mais esta ligação seria com toda a certeza o infeliz do Gabriel, sujeito e substrato, também condenado por colaborar com meu reencontro espiritual com o Rio de Janeiro neste ano, há um mês e pouco atrás.

Enredado pelas indagações que a linguagem críptica nietzscheana do pequeno epílogo me trouxe, sinto que estou muito sufocado pelas paredes para pensar, e vou ver um pouco a chuva lá fora pra espairecer. Qual minha surpresa, quando chego à porta, pequenas “aleluias” estão alçando seu vôo desajeitado da grama, enquanto pardais, bem-te-vis e suiriris as atacam em pleno vôo (o que considero sempre um ótimo presságio meu amigo Gabriel!).

Oras caralho, existe mais alguma coisa a me jogar nessa dialética, neste pensar que se cai por inacabado? Um momento Sr. Universo, preciso saber qual a intenção de meu amigo, se existia ainda algo que não estava a descoberto! Não preciso de mais avisos que me lancem mais e mais à esta problemática!

Será que ele teme que eu possa estar me quedando demais por um livro, e a transcrição de todas as suas teses seria contraditório, um tiro no pé? Assim ele me lembra, com toda a alegria, de Nietzsche e seu caráter anticientífico, antidoutrinário, contra todos os ídolos e a própria razão! Uma preocupação legítima já que, após um ano de existência deste pequeno espaço, minha proposta inicial era buscar um caminho único, um pouco como os ronins do antigo Japão feudal.

Guiar me por um livro, mesmo que somente como roteiro interpretativo, poderia interferir de forma decisiva nesta jornada, no meu aprendizado. Poderia interferir na leitura de meus amigos, dos que chegam aleatoriamente a este nicho. Serviria então como um alerta sutil e elaborado de meu irmão, de alguma forma, neste intuito.

Talvez ele quisesse relembrar a distância que teima em antepor entre os amigos e todas as outras pessoas e seus afetos, distância que esmaece vagarosamente as cores da casa; mas esta distância e o tempo não são um empecilho muito grande, visto que a cada reencontro, agimos como se nada houvesse estado, este tempo imenso, entre a vida.

Ou ainda: as pequenas mágoas, os desentendimentos, estes desencontros que vão interferindo na comunicação entre os seres, imersos em uma necessidade cada vez mais preemente de auto-afirmação e competição; o lugar para a solidariedade e cooperação no mundo atual cada vez mais distante, perdido numa das utopias libertárias dos anos 60, pois estes seres são nascidos em uma época onde ainda há o vislumbre do utópico, embora o presente se encarregue cada vez mais de apagar a ferro e fogo a memória destes sonhos por dias melhores. "As coisas são assim, acostume-se".

Angustiado, com todas estas pequenas conclusões provisórias; pensativo, ensimesmado, assaltado pelas conjecturas do universo, que me remetia cada vez mais a este poema que teimava em se apresentar tão claro mas tão distante, eu estava.

Quando eu, de algum modo, compreendi.

Muito obrigado.

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Ps: O blog do meu amigo Gabriel é o Usina de Pensamentos.
Recomendo uma boa lida, está nos links ali ao lado.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 2

2
As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma que a unidade da vida não mais pode ser restabelecida. A realidade considerada parcialmente reflete em sua própria unidade geral um pseudo mundo à parte, objeto de pura contemplação. A especialização das imagens do mundo acaba numa imagem autonomizada, onde o mentiroso mente a si próprio. O espetáculo em geral, como inversão concreta da vida, é o movimento autônomo do não-vivo.

domingo, 9 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo - 1


1

Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.

sábado, 8 de novembro de 2008

A Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord

CAPITULO I
A SEPARAÇÃO ACABADA

Nosso tempo, sem dúvida . . . prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser. . . O que é sagrado para ele, não é senão ilusão, mas o que é profano é a verdade. Melhor, o sagrado cresce a seus olhos à medida que decresce a verdade e que a ilusão aumenta, de modo que para ele o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.

Feuerbach - Prefácio à segunda edição de A Essência do Cristianismo.

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Inicio agora um projeto de publicar todos os ditos de A Sociedade do Espetáculo, livro de Guy Debord, publicado em 1967. Com isso, espero uma vez ao dia publicar um "aforismo" de Debord. Não quer dizer que deixo de lado a proposta inicial do blog, que é a expressão de manifestações minhas, íntimas ou não. Procuro, talvez, dar mais regularidade e realidade ao meu projeto. Salut!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

What I’ll Miss About George W.


sensacional: The New Yorker

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Now playing: Phish - Foam
via FoxyTunes

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Chegaremos às Índias, meu capitão?

"Porra...
Será que vai?
...
Já sei"

(
Celular: tec tec tec tec)

Filho
: Será a melhora da morte? Ou agora a gente escapa? Qual seu prognóstico meu paizão?

(Muito longe, outras mãos tecem: tec tec tec ...
)

Pai: Numsei...
pensei...
simsei!
bemsei:
esperansei
.

"Navegar é preciso; viver não é preciso".

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O gato vadio


Chamava a atenção; depois reclamava do assédio. O descuido no trato com as coisas não era o que importava; era o oposto, o magnífico cuidado com todas as pessoas que deslumbrava, fascinava, diferenciava.

Pusilânime.

Talvez aí residissem os problemas na convivência. Por que se angustiar com as pequenas coisas... Mas não somente; o que se observava (ou só se observava) eram os pequenos acintes da vida cotidiana. O desviar a atenção, resvalar com o ocorrido e deleitar-se, como tudo isso era difícil (lembrávamos...) em certos dias na vida.

Dias que se prenunciavam serenos. Mas não. Algo de brilhante conseguia destruir a pretensão inútil do equilíbrio. Seriam sintomas de alguma doença? Mede-se o pulso: o que hoje habita incontinenti também se cansará.

Tudo porque aquele gato vadio, que se esgueira sempre pelo muro, desceu a terra. Primeiro, olhava de soslaio, o deslizar vagaroso sobre o fio que fundava e estancava as divisões da propriedade. Fingia que não era com ele, eu absorto em meus polegares, quando saltou à pilha de tijolos, o barro cozido aguardando o retomar da obra, das reformas, da ampliação e da demolição.

Agora repousa ao meu lado, ronrona baixo. Pensamos juntos, eu e o gato. Ele, não sei o que pensa. Possui aquela consciência de ser uno com o universo, coisa que abdicamos tempos atrás quando descemos das árvores e fomos experimentar as savanas. Eu, ainda penso no muito que ganhamos, sentindo falta do que perdemos, com esse gambito.


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Now playing: Esbjörn Svensson Trio - 'Round Midnight
via FoxyTunes

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A headstone (pour le passé des moments difficiles)


Epitaph:
All that you touch
All that you see
All that you taste
All you feel.

All that you love
All that you hate
All you distrust
All you save.

All that you give
All that you deal
All that you buy,
Beg, borrow or steal.

All you create
All you destroy
All that you do
All that you say.

All that you eat
And everyone you meet
All that you slight
And everyone you fight.

All that is now
All that is gone
All thats to come
And everything under the sun is in tune
But the sun is eclipsed by the moon.

(There is no dark side of the moon really.
matter of fact its all dark.)


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Now playing: Pink Floyd - Echoes
via FoxyTunes

The Great Gig in the Sky...



domingo, 31 de agosto de 2008

Darwish

" - Que larica é essa Jarbas?
- Pois é, bem que a Berenice me avisou para não exagerar..."


"- Ih, sujou!
- Teje preso maconhero!"

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

"And I knew it was a dream"

O que eu tenho para dizer?

Posso, talvez, tentar, agora que já se passou tanto tempo, reconstituir a cinemática daquele movimento contido, os passos medidos, o bater dos saltos no cimento riscado; muito embora tudo exposto é quase certo que esta própria imagem que possuo daquele quadro, firme inscrita em algum ponto vago de minha mente, esteja banhada de tons que não me remetem à estética que tanto admirei, ao ponto de achar como o melhor quadro em movimento que já havia visto em toda a minha vida.

Se me lembro das luzes dos postes? Pudera ser daquelas que atraem garbosas aleluias após as primeiras chuvas de verão: suas pequenas asas se soltando após o impacto com a lâmpada quente; o etéreo vapor que surge no momento do sublimar de suas pequenas antenas; enfim, a queda solitária destes Ícaros tão substanciais e tão ignorados por nós.

Não creio. Pela imagem que teima em trepidar quando fecho meus olhos à noite, acho que eram luzes brancas: inertes, profiláticas, sanitárias. Mais que isso: luzes que, num jogo de esconde e surge, delimitavam muito bem o passeio na qual ela desfilava.

Foi poucos dias antes da morte de meu pai.

Eu já havia a visto algumas vezes pelos corredores. Não havia chamado a minha atenção de pronto, embora fosse linda, de feições delicadas, mas olhar forte. Decididamente, era uma das mais belas de nossas salas.

Ocorre que, à época, eu pensava em outras coisas: coisas que me impediam de todo a despertar. Filosofava em esquinas e beiradas, no mundo lírico que desatava em mim os maiores sentimentos que já sentira, disso eu tinha certeza.

Aliás, minto. Embora te confesse isto, hoje vejo como tudo é apenas romantismo. E é justamente este mesmo romântico que me acossa no agora, quando tento revisitar esta pequena nódoa de passado que navega em meus sonhos.

Aquele dia, em especial, seria como todos os outros. Exceto porque ela estava em minha sala. Donde podia observar o quarto da mulher das cortinas do outro lado da rua: janelas largas donde ela abria e fechava as cortinas de forma incessante, fazendo as vezes de obturador.

Um pouco antes, certo dia, eu conseguira ser alcançado pela mulher das cortinas, enquanto atravessava as ruas para a biblioteca. Ela se apossou do meu lado, me espiando com uns olhos frios. Um calafrio percorreu-me com aquela vista tão cristalina, tão contundente. Permiti um minuto para que ela tentasse esboçar alguma conversa, embora já soubesse, por outros, que ela nunca falava nada.

Só os olhos me olhavam. Olhos que pareciam vivos, apartados dela. Íris flamejantes que buscavam em cada abertura de minha guarda uma brecha para picotar meus pensamentos. Sentia um incômodo tão grande, que só consegui murmurar um “boa tarde” enquanto me escorregava pra longe daqueles laços. A mulher das cortinas permaneceu no mesmo lugar desde então.

Mas como havia dito, estávamos em minha sala: eu, meus chefes, meus subordinados, e ela. A burocracia que me afastava milhas de todos os meus colegas de trabalho permitiu que, entre a interminável soma de números e projeções, eu conseguisse prestar um mínimo de atenção e vislumbrar seu abandono: no modo como ela arrumava os cabelos atrás da orelha, na displicência do balançar os sapatos na ponta dos dedos enquanto escrevia, no olhar triste que se erguia das folhas e papéis para acompanhar o espetáculo que não merecia sua atenção.

Pouco tempo depois, acho que lembro que ela me olhou. Eu tenho absoluta certeza da cara que de espanto que estaria passando, embora possa estar exagerando. Ali, em pleno árido, a maravilha, única, exuberante, tão oculta porque tão evidente. Sei que com esse olhar, devo ter passado uma impressão de bobo, de perdido. Mas eu estava evidentemente desnorteado. Tão desnorteado que perscrutei os edifícios do outro lado, procurando a senhora da janela com cortinas, mas onde deveria estar seu abre e fecha, encontrei as cortinas fechadas.

As horas transcorriam enquanto eu continuava absorto em minha nova descoberta, a minha nova alegria. Ela não me olhou mais, e hoje duvido que tenha olhado da primeira vez: a lembrança nos prega peças.

O que sei é que o tempo voltou a correr quando os participantes levantaram, dando por encerrada a reunião.

Assustado, eu recompus meus papéis e livros, já que pego de surpresa. Murmurei alguns cumprimentos e apertos de mão frios, em conjunto a tapinhas no ombro que simbolizavam a hipocrisia que operava a sala entre os participantes. Enquanto saíamos, alguns ainda conseguiram me retardar, procurando explicações sobre números que eu não havia dito, nem sobre os quais, ditos por outros, eu prestara o mínimo de atenção. E eu perdi momentaneamente de vista aquela que habitaria meus sonhos pouco tempo depois.

Saindo da sala, nos corredores angulosos, alguns colegas me chamavam para farras e putarias: era sexta-feira. Eu pressupus que, pelo tardar da hora, ela tomaria o rumo da condução, para sua casa, ou para qualquer outro lugar que eu desconhecia e torcia para que não existisse. Porque eu torcia para que eu tivesse lido o concreto, a solidão que existia nela, e que esta fosse sua verdade. Solidão que eu trataria de preencher completamente, sim, este era meu desejo.

Desvencilhando dos vários colegas que se apinhavam em meu caminho, atrasando-me inutilmente, dobrei a curva do último corredor que dava para fora do prédio, rumo ao estacionamento e a condução.

E ali ela caminhava.

Os passos contidos, o movimento medido. Tentei ainda me fazer presente: gracejei alto com uma outra que ali passava, pedindo veladamente sua atenção, com o que ela não olhou pra trás. Mas em meu ser, eu sabia que sua cadência era uma espera pera minha chegada. Nos metros daquele pátio que separavam o estacionamento da condução, ainda tive a presença de espírito de tentar acertar o passo. A distância ora diminuía, ora aumentava. Alguns outros passeavam por ali, chaves de carro na mão, almas finadas. Ela nunca olhou para trás, em nenhum momento.

A distância, que se encurtava cada vez mais, trazia-me para a conclusão íntima de chamá-la, desfecho do filme em câmera lenta. Pouco a pouco, elaborava as frases que usaria para conseguir trazê-la ao meu labirinto: mostrar-lhe alguns caminhos e outros desvios, no emaranhado poético que é a vida. Não sei porque, tive a certeza de que se eu falasse qualquer frase, tudo se encaminharia, aos trancos e barrancos que fosse, mas ali seria o início.

E foi com esta cena: ela flutuando à minha frente, em uma noite sem ventos, onde as luzes frias não conseguiam trazer nenhum calor porque todo o brilho do momento estava concentrando em sua silhueta, e na qual eu caprichosamente, passos atrás, partilhava com o universo a total admiração pelo momento sublime, que aconteceu.

Estanquei. Deixei-a ir.

Se me perguntasses por que, juro, acho que a mentira que contei a mim é que não era um bom momento. Haveria outras chances. A vida sendo tão imensa, não poderia se esgotar naquela perseguição lenta, naquele jogo onde ninguém ganharia nada, só eu teria a perder, mormente eu era o único a jogar. A vida deveria ser maior, mais brilhante que ela, mais movimentada, mais acelerada...

Na verdade, o que me fez acovardar no instante exato foi a imagem que saltou à mente, imagem esta que obnubilou a estética da perfeição que eu estava seguindo. Sem nenhum motivo aparente, fui acometido por uma paralisia tremenda após me lembrar da senhora e suas cortinas.

Seu abrir e fechar incessante; seu obturador perscrutando minha vida inteira da janela ampla de seu quarto; dos olhos que podiam me ler completamente e me julgar por qualquer falha, mínima que seja. A senhora que conseguiu extinguir meu movimento. E eu vendo minha atriz esvaindo-se nas brumas que surgiram lentamente na noite, trilhando seu caminho que eu ainda achava que um dia poderia conhecer.

O futuro foi que não me ocorreu nada disso.

No domingo, soube que meu pai falecera. Viajei à minha terra para seu funeral e para enterrá-lo. Quando voltei, uma semana depois, ela havia partido de nossas salas. Acho que alçara outros sonhos.

Sentia-me tão minúsculo àqueles tempos que nunca perguntei nada a ninguém sobre ela: quem era, seu nome, de onde veio ou para onde foi, qualquer contato.

Quando dei por mim, ninguém mais se lembrava dela em suas vidas.

Isso foi há muito tempo... é bem provável que seja tudo parte do mesmo sonho, que persigo há tanto tempo e, imerso, faça parte; navego por ele, luto por ele, sou constantemente trazido à praia após inúmeros deslizes. Vendo com olhos distantes, não acho que tenha perdido tanto ao extirpar mais esta escolha de minha vida.

O que sobrou? Talvez um quê de como pudesse ter sido.

Mas já não me autorizo a sonhar mais que isso.

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"I was flying through space
and I knew it was a dream
cause I never flew before

and the stars were going past me
and the planets were going past me
and I knew it was a dream

cause I never flew before

I went further and further away until I saw this tiny blue planet
and something made me want to go there
and I thought it was a dream
cause I never flew before

and I went down to this little planet..."
DMB - #41 (20/04/2002)

Labuta

[13:37]
a bla nsis cm a so nsid a ajdsjks anan
entaosnd ecomaind mediano com rigoso am
sistemacio uijniso laudo periculsoid de

...

[14:52]
Teste de arrumedos e de imiscuir
Entretanto, esclarecendo que a principal razão para a paisagem é
A! o cholumbrático.

[15:12]
Que palavra interessante...

[15:17]
Luminosamente, uma onda se arremessa ao seu destino.


[15:21]
Tenho uma pequena janela de notas
onde junto letras em palavras quase;
quase sempre diferentes
dos significados quase almejados.

Por trás, uma outra
e outra...
e outra...
se expandindo ao infinito.

[15:25]
Meu amor havia dito:
Tome cuidado com as más companhias.
Esqueceu-se, por um momento,
quem eu havia sido; sua má companhia.

[15:37]
Novamente, digito palavras vazias e letras desconexas
Pois outra pessoa passa e inspeciona,
o olhar, descuidado ou vil
perscruta o espaço onde me situo.

[15:40]
"A ciência me protegia daquilo que não queria saber."

[15:48]
O ser humano pode ser tão imbecil ao ponto de imitar um comportamento de outra pessoa. Ilude-se ao crer que este comportamento é sinônimo de segurança.
Resume-se a uma expressão de violência e força.

[15:53]
Mas afinal, é bem provável que para ele o necessário para viver seja justamente isso: agarrar-se a esta ilusão no seu enfrentamento diário do mundo da vida.

[15:54]
Tap tap tap... tip top tipo...
typo...
Não seria tudo um grande erro de digitação?
Não... não há projeto...

[16:14]
Prometo que é a ultima vez que finjo... hoje.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Um dia...

Talvez eu consiga, um dia, revelar quão importante são certas coisas na minha vida.
Que só existem em sua plenitude.
Plenitude ilusória, diga-se de passagem.
Porque, no ínfimo, não há completude.

Se eu conseguir, eu me sentirei muito abençoado...
Porque hoje, eu ....

Obrigado LeRoi...